por Maria Barbosa, socióloga
Nunca dantes numa campanha se viu um festival de mentiras como o que assola o País. Por isso, mesmo que eu já tenha escrito sobre a mentira, voltarei ao tema. Inclusive, porque a arte de mentir é um dos fatores decisivos para que o PT deixe de ser governo e chegue ao poder, o que lembra o pensamento do irmão leigo Betto: “nós estamos no governo, mas não ainda no poder”. Como o piedoso frei Betto é admirador de Fidel Castro, exatamente como Luiz Inácio e demais companheiros, supõe-se que o projeto de permanência dos petistas é por tempo indeterminado e com características, senão totalmente cubanas, pelo menos venezuelanas.
Na verdade, o sucesso do candidato e presidente petista repousa em três pilares: a mentira, o abuso do poder econômico e político que a reeleição faculta, a falta de uma verdadeira oposição que fortalecesse a candidatura de Geraldo Alckmin.
A mentira do PT começa por seu líder simbólico, Luiz Inácio, passa pela propaganda enganosa e deságua nas invencionices que na campanha se avolumaram também como estratégia para desviar as atenções de assuntos indesejados, como aquele do dossiê arquitetado pelos “aloprados” na sua ânsia de prejudicar José Serra e, por tabela, atingir Geraldo Alckmin.
Como símbolo, Luiz Inácio, que serve para angariar os votos que ensejam o poder para o PT, de fato não existe como presidente da República. Não tem condições, digamos, técnicas, para exercer o cargo. Ele é uma mentira criada pelo partido. Isso explica tantas viagens. Melhor mantê-lo afastado. Governar ficou por conta do que se chamou de “núcleo duro”, constituído por José Dirceu, Antonio Palocci e Luiz Gushiken. Do triunvirato não restou nenhum. Pelo menos oficialmente. Os homens mais próximos e importantes do presidente caíram por causa de pesadas acusações que ainda pairam sobre eles, sem nada ter sido ainda esclarecido na Justiça. Num país sério, o presidente da República, que em última instância é o responsável por seu governo, já teria caído junto ou, pelo menos, dado satisfações mais convincentes à sociedade em vez de ficar dizendo que não sabe de nada como qualquer batedor de carteira flagrado no delito.
O presidente que foi sem nunca ter sido deve muito também a seu construtor de mentiras e mitos, Duda Mendonça. Este utilizou fartamente os ensinamentos de Goebbels: “o que buscamos não é a verdade, é o efeito produzido”. E foi do ministro da Propaganda de Hitler que Mendonça copiou a lei de ouro do marketing ao treinar seu pupilo mais ilustre: “quanto maior a mentira, mais ela passa”. Entretanto, foram as palavras do próprio Hitler que nortearam o sucesso de Luiz Inácio: “se você deseja a simpatia das massas, deve dizer-lhes as coisas mais estúpidas e as mais cruas”. E não é isso que o candidato e presidente não tem cessado de fazer?
Por outro lado, o PT tem forjado mentiras com relação ao adversário Geraldo Alckmin sobre privatizações, sua religiosidade, seu governo em São Paulo. O PT transforma Alckmin em Fernando Henrique e lança a culpa dos fracassos de seu governo no governo passado. É o álibi da “herança maldita”. Luiz Inácio, por sua vez, nada a tem a ver com o PT, com os crimes dos companheiros, com seu próprio governo. Existe o mal absoluto encarnado pelo PSDB, e o bem absoluto representado pelo PT, em que pese o incrível festival de corrupção do partido que durante esse mandato de Luiz Inácio já está em seu terceiro presidente, visto que os anteriores caíram também por conta de pesadas acusações.
Evidentemente, essa aceitação da mentira por nossa sociedade explica o sucesso do governo petista e de seu líder simbólico, ressalvando, como escrevi em um dos meus livros, O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – a Ética da Malandragem, que existe no Brasil gente humilde que é trabalhadora e honesta. Lideranças que ultrapassam visões paroquiais e se agigantam na tentativa de romper com o ranço da mentalidade antiprogressista. Empreendedores. Elites intelectuais. Temos nossas “aristocracias” no sentido aristotélico de aristoi (os melhores). Mas o problema é que “os melhores” não são capazes de preencher a lacuna entre a classe dirigente e a massa.
Nestas eleições, e diante do entusiasmo que milhões de eleitores demonstram perante a mentira, recordo ao final desse artigo o pensamento de H.L. Mencken: “O homem é o caipira par excellence, um ingênuo incomparável, o bobo da corte cósmica. Ele é crônica e inevitavelmente tapeado, não apenas pelo outros animais e pelas artimanhas da natureza, mas também (e mais particularmente) por si mesmo – por seu incomparável talento para pesquisar e adotar o que é falso, e por negar ou desmentir o que é verdadeiro”. Por isso LILS e seus petistas mentem tanto. E fazem sucesso.
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